Pesquisadores do Instituto Científico e Tecnológico da Universidade Brasil publicaram num prestigiado periódico do grupo Nature um estudo que revela compostos promissores para o tratamento de infecções causadas por vermes parasitas, que afetam mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo. A pesquisa avaliou a ação de uma molécula de origem natural conhecida como 1,10-fenantrolina-5,6-diona (fenciona) e seus complexos metálicos com cobre e prata contra dois importantes parasitas: Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose, e Angiostrongylus cantonensis, agente da meningite eosinofílica.

O destaque ficou para o complexo de cobre, que apresentou excelente atividade antiparasitária. Os testes de toxicidade realizados com o verme modelo Caenorhabditis elegans e células de mamífero indicaram baixa toxicidade e alta seletividade dos compostos: os níveis letais foram mais de 40 vezes superiores aos níveis eficazes contra os parasitas. Isso significa que os compostos podem ser seletivos e seguros para o hospedeiro.

Para o pesquisador Dr. Josué de Moraes, líder do estudo e Professor Titular da Universidade Brasil, os resultados representam um passo importante na busca por novos medicamentos antiparasitários. “Precisamos urgentemente de alternativas terapêuticas eficazes contra vermes que afetam populações vulneráveis. Os complexos metálicos com fendionas mostraram excelente seletividade e potência, o que nos motiva a avançar para os próximos estágios de desenvolvimento”, afirmou.

Além disso, a colaboração do Prof. Titular e pesquisador Dr. Alessandro Hakme, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia da Universidade Brasil, cuja expertise em biomateriais com ação antimicrobiana — um desafio global premente — fortalece o desenvolvimento de novos compostos medicamentosos de alta tecnologia com aplicação de nanotecnologia, no âmbito da investigação conduzida pelo Prof. Josué.

“Essa parceria não apenas busca consolidar uma linha de pesquisa inédita no PPG em Bioengenharia, como também se alinha à política institucional de inserção nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável prioritários de Saúde e Bem-Estar, reforçando o compromisso da Universidade Brasil com soluções inovadoras para o combate a doenças negligenciadas.”

O estudo reforça a relevância da biodiversidade e da química medicinal como fontes para soluções inovadoras contra doenças negligenciadas, em linha com os objetivos da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar essas enfermidades como problema de saúde pública até 2030.

O artigo pode ser lido na íntegra aqui.