Aluna de Medicina participa de missão humanitária na Amazônia
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Existem algumas vivências que marcam a gente para sempre. No caso da aluna Raulcilaine Érica dos Santos, do quinto semestre de Medicina da UB – Universidade Brasil Campus Fernandópolis, essa experiência aconteceu durante as suas férias. Ela participou da Missão UniVida, uma ONG da Pastoral Universitária da Igreja Católica, que tem como objetivo a humanização do universitário.
Do dia 05 ao dia 15 de janeiro, ela e mais 35 pessoas, quase todas estudantes universitários de áreas diversas e de várias partes do país, embrearam-se na Floresta Amazônica para levar atendimento de saúde à tribos indígenas isoladas do Amazonas. Após descerem em Manaus, onde foram recebidos por padres jesuítas, eles foram de lancha até Parintins e, depois, até Barreirinhas. Nas viagens, que duraram horas, o grupo já começou a viver outra realidade, ficando sem internet e dormindo em redes.
A missão visitou duas aldeias da tribo Sateré-Mawé, a de Umirituba, mais simples delas, e a maior, Ponta Alegre, com quase mil índios. Nelas, os estudantes faziam os atendimentos nos postos de saúde das tribos, sendo que na primeira não havia médico; apenas uma enfermeira. Raulcilaine diz que as doenças mais comuns entre os indígenas são verminoses, fungos, alergias a picadas de insetos e dores relacionadas ao trabalho pesado. “Eles têm uma rotina muito forte de trabalho, inclusive as mulheres”, destacou a estudante.
Além da falta de profissionais, os índios ainda enfrentam a escassez de remédios. Em condições bastante precárias, com fornecimento de energia apenas das 19 às 22 horas, o grupo teve que levar mantimentos como água, comida e medicamentos. Além disso, dormiam em redes em grandes cabanas.
Um dos momentos apontados pela aluna como mais marcante da viagem foi o tradicional ritual da tucundeira, que consiste em vestir uma luva cheia de formigas tucandeiras e resistir por ao menos 15 minutos. A cerimônia, destinada aos homens, é considerada pelos indígenas como um ato de força, coragem e resistência à dor. Segundo a crença dos sateré-mawé, a ferroada da formiga funciona como uma espécie de vacina.
Além dela, a missão UniVida teve a participação de outro discente do Campus Fernandópolis, Alexandre Buosi, que cursa Engenharia Civil.
Raulcilaine diz que a viagem foi algo inesquecível e que pretende voltar. “Foi uma experiência linda, a qual pretendo repetir. Para explicar a sensação de passar por essa missão, só vivendo aquilo, sentindo na pele todos os desafios e dificuldades. Posso dizer que a gente passa a dar mais valor às coisas simples da vida, às coisas que realmente importam, como ficar mais próximo às pessoas, à valorizar nossas amizades”, concluiu a jovem.


















Raulcilaine Érica dos Santos passou 10 dias, junto à missão UniVida, prestando atendimento em duas tribos indígenas no coração da floresta amazônica
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